quinta-feira, 6 de março de 2014

Grupo de Trabalho pretende simplificar ortografia da língua portuguesa



06/03/2014 - 16h30          Agencia Senado




Novas normas da língua portuguesa deverão valer em 2016


O prazo para a implantação definitiva do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e promulgado em 2008, foi ampliado até 2016. 

As novas regras devem valer para Brasil, Portugal e mais seis países de língua portuguesa. 

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) criou, no ano passado, o Grupo de Trabalho Técnico (GTT)  para simplificar e aperfeiçoar a ortografia. A intenção é definir – em conjunto –um idioma claro e acessível a todos.


Português simples


O adiamento do uso obrigatório da nova ortografia e a reformulação das normas adotadas são reivindicações de especialistas da área. 

Para reduzir a quantidade de regras e exceções, o GTT reúne o Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa (CELLP), a Academia de Letras de Brasília (ALB) e o site Simplificando a Ortografia.


Até o fim do semestre, professores e estudantes dos países de língua portuguesa poderão discutir as alterações pelo site, fazer sugestões e elaborar relatórios. As melhores propostas serão escolhidas em setembro, no Seminário Internacional Linguístico-Ortográfico da Língua Portuguesa. Em seguida, os governos dos países de expressão portuguesa terão cerca de um ano para decidir o que deve ser simplificado.


– Pretendemos simplificar a língua portuguesa sem gerar prejuízos no processo pedagógico atual, ou seja, em relação àqueles que já conhecem a ortografia. Todos devem passar bem pelo processo de mudança ortográfica. Há outras preocupações, mas essa é a principal – explicou o professor Carlos André Pereira Nunes, vice-presidente do CELLP.


Debate


Apenas Brasil e Portugal têm datas definidas para a instalação das novas regras ortográficas. Os demais países - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - não têm prazo previsto e resistem a tornar as mudanças obrigatórias. 

Mesmo em Portugal, vários intelectuais assinaram uma petição para desvincular o país do Acordo Ortográfico.

"Não há um só professor de Português, uma única autoridade, um único cidadão capaz de dizer: eu entendo e sei aplicar as novas regras ortográficas", afirmou o presidente do Centro de Estudos Linguísticos, Ernani Pimentel, ilustrando as razões da controvérsia.


Muito discutido e alvo de críticas, o acordo motivou a realização de duas audiências públicas, em 2009 e 2012, organizadas pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Em comum, os debatedores apontaram a necessidade de uma língua mais abrangente e democrática que promova a inclusão social.

Agência Senado

Bandidos rendem ônibus que saía de Brasília ao Rio de Janeiro



Criminosos estavam armados e passageiros foram mantidos presos por quase uma hora
 
Um assalto deixou um ônibus em poder de bandidos na madrugada desta quinta-feira (6). A ação ocorreu com um ônibus da Viação Útil, que saiu de Brasília e ia para o Rio de Janeiro. 

Ele foi rendido próximo à Luziania (GO). Os criminosos mantiveram os passageiros reféns por cerca de uma hora. 

A Viação Útil afirmou que o trecho entre Luziânia (GO) e Cristaliana (GO) é um dos mais perigosos e que no ano passado chegou a contratar uma escolta para os ônibus.

O ônibus teria ficado preso no local por conta da chuva intensa. 

A empresa disponibilizou outro onibus para que os passageiros seguissem viagem até Três Marias (MG), de lá, um grupo seguiu para o Rio de Janeiro. 

De acordo com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), os suspeitos ainda não foram localizados. 

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília



Líder do PT diz que PMDB precisa definir se é oposição ou situação



Publicado em 06/03/2014 
Da Agência Brasil

BLOG do Jamildo

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), disse nesta quinta-feira (6) que o PMDB precisa definir se está na oposição ou na situação. “Nenhum partido da base do governo pode ter duas caras. Não se pode ser oposição e situação ao mesmo tempo”, ressaltou Vicentinho, ao comentar a postura do PMDB no Congresso.

O partido vem se posicionando contra o governo em votações consideradas prioritárias para a presidência e articulou a formação de um bloco informal de deputados para pressionar o Planalto na liberação de emendas parlamentares.

O líder do PT defendeu a manutenção do diálogo para chegar a um entendimento. “Eu recomendo que o governo continue dialogando. Esses partidos são importantes. O PMDB tem uma história longa com o país”, destacou Vicentinho.

De acordo com o deputado, na próxima semana, o governo começará a mandar ao Congresso ministros para conversar com os líderes partidários e ouvir as demandas dos parlamentares.
Vicentinho disse ainda não acreditar que o PMDB, que ocupa a Vice-Presidência da República e comanda cinco ministérios, venha a sair do governo. “O PMDB não é um partido da base aliada, ele é um partido do governo. O PMDB está intrinsecamente ligado à estrutura do Estado brasileiro. Quem tem um vice-presidente não pode se dar o luxo de sair do governo”, ressaltou.

O deputado considerou eleitoreira a proposta de criação de uma comissão externa para investigar denúncias de que uma empresa holandesa pagou propina a funcionários da Petrobras. O requerimento do PSDB teve apoio do blocão e entrou na pauta do plenário na semana passada. 

O governo lançou mão de manobras de obstrução e a votação acabou adiada. A proposta voltará à pauta na semana que vem. 

Uma comissão de deputados que vai do Brasil à Holanda e não vai conseguir informações – é uma iniciativa da oposição, em ano eleitoral. Precisamos olhar com cuidado e refletir sobre isso”, definiu Vicentinho.

BLOG do Jamildo

As costas largas da classe media.Somos culpados até do inchaço urbano e da criminalidade carioca!

Caminhos e descaminhos do Rio de Janeiro

Como última contribuição, trago para reflexão e debate a visão que constituí sobre o estado do Rio de Janeiro. 

por Lindbergh Farias publicado 06/03/2014  Carta Capital



Afasto-me temporariamente desta coluna. Tive aqui a oportunidade de opinar sobre a economia e os programas sociais do Brasil. A troca de ideias neste espaço foi enriquecedora. Voltarei somente ao final de 2014. Afasto-me devido à escolha de meu nome, pelo Partido dos Trabalhadores e diversos segmentos sociais, para ser pré-candidato a governador do Rio de Janeiro. Como última contribuição, trago para reflexão e debate a visão que constituí sobre o estado do RJ.

O segundo estado mais rico da União é o retrato de uma inaceitável desigualdade social e territorial. A começar pela segurança pública que privilegia a Zona Sul da cidade do Rio, onde vivem os mais ricos. Isso fica claro na análise dos dados, que mostra que de janeiro a outubro de 2013, foram registrados 30 homicídios dolosos na Zona Sul; na Zona Oeste, foram 464. 

O número também cresceu na Baixada Fluminense, por exemplo, em Belford Roxo subiu incríveis 68,2% de janeiro a outubro do ano passado (em comparação com o mesmo período de 2012).

A discrepância também é grande na relação de policiais por habitantes: o bairro do Leblon, o bairro mais rico do estado do Rio, tem um policial para cada 156 habitantes; nos municípios da Baixada, Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, a relação é de um policial para cada 1.659 moradores – em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade do Rio, a proporção é de um para 1.613.

Na educação, outros números preocupantes. O ensino médio da Rede Estadual ocupa um modesto 13º lugar entre os 26 estados e o Distrito Federal na avaliação do último Ideb (índice de desenvolvimento da educação básica). Mais: um número significativo de jovens entre 18 e 24 anos não trabalha e nem estuda; 40,6% dos jovens estão desalentados em Japeri, 36,1% em Queimados e 38,8% no Jacarezinho.(tambem culpa da classe media?)
 
Na saúde, os resultados também são críticos. O IDSUS é o índice do Ministério da Saúde que avalia se a população está recebendo atendimento no sistema de saúde pública, bem como avalia a qualidade do serviço. O estado do RJ tem o terceiro pior desempenho do país no IDSUS – tem nota 4,58, inferior à média do Brasil. Entre as capitais, a cidade do Rio ficou na lanterna, é a pior do Brasil.

Essa realidade mostra que o estado do Rio não oferece um tratamento igual para todos. Não há no RJ uma verdadeira democracia, que tenha transparência nas compras públicas e que tenha um orçamento participativo e territorializado, para que as diferentes regiões do estado possam definir as suas prioridades e de que forma o dinheiro público será gasto.

Ponto essencial é que falta planejamento e participação da sociedade na definição de prioridades. O que houve no Rio foi uma enxurrada de recursos públicos mal utilizados.
 
Mas o estado do Rio tem uma enorme potencialidade para se desenvolver enquanto uma sociedade do conhecimento. Temos quatro universidades federais, três estaduais e oito centros de pesquisa do Ministério de Ciência e Tecnologia, além do Parque Tecnológico do Fundão e do Cenpes, da Petrobras.

Abrigamos ainda instituições como o IBGE, a Finep, o BNDES, o INMETRO e a Petrobras. São mais de 16 mil doutores e pesquisadores. Além disso, a indústria presente no estado do RJ tem potencialidade para absorção de tecnologia sofisticada. São exemplos os setores de petróleo e gás, da produção audiovisual, o complexo industrial da saúde e o setor da tecnologia da informação.

O estado do Rio pode criar uma rede de conhecimento com cientistas e pesquisadores, instituições de ensino e empresas para produzir tecnologia de ponta para o setor público e o setor privado. Assim, elevará a produtividade das empresas e incorporará tecnologia aos serviços públicos. Somente com mais tecnologia poderá aumentar a cobertura e a qualidade dos serviços públicos com vistas à universalização.

Para que essa sociedade do conhecimento se reproduza, a educação é fundamental. A força da educação e da juventude é decisiva, inclusive, como resposta àqueles que querem reduzir a maioridade penal e aplaudem o linchamento em vias públicas de jovens drogados que praticaram pequenos furtos. O sonho de todos é a interação do jovem rico com jovem pobre através da educação e da cultura.

O Rio já viveu a experiência histórica dos Cieps, idealizados por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro. Essa experiência poderia ter sido readequada aos novos tempos. Nos dias de hoje, a escola de tempo integral deveria estar dentro de um projeto de organização de uma sociedade do conhecimento. Deveria ser uma escola do livre pensamento e do despertar da curiosidade científica.

O modelo educacional do estado do Rio se afastou da proposta original dos Cieps. Se a proposta original estivesse em curso, os Cieps já seriam espaços de alta tecnologia, com formação profissionalizante, com formação de técnicos e onde a cultura (produção de cinema, teatro, poesia...) seria uma atividade permanente.

Enfim, o Rio de Janeiro possui uma realidade de desigualdade social e territorial. Infelizmente, não temos uma sociedade organizada e um governo democrático, transparente, participativo e planejador.

O estado do Rio está longe de ser uma sociedade do conhecimento, da inovação e da tecnologia - não somos mais um Rio protagonista e valorizado no Brasil.

PROJEÇÕES PESSIMISTAS- Editorial Estado de São Paulo


O Brasil continuará com inflação alta, crescimento econômico abaixo de medíocre e contas externas em mau estado, neste e no próximo ano, segundo as projeções coletadas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus, realizada semanalmente com cerca de uma centena de instituições financeiras e consultorias. 
 
A última pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, foi conduzida na sexta passada. Na véspera, dia 27, havia sido divulgada a primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013. Na antevéspera o BC havia anunciado a alta dos juros básicos de 10,5% para 10,75%. 
 
A principal novidade, neste caso, havia sido um aumento menor que os seis anteriores, todos de 0,5 ponto porcentual. As duas notícias, juntas, foram insuficientes para mudar o humor do mercado e afetar seriamente as estimativas formuladas nas semanas anteriores. 
 
Os analistas continuam à espera de informações muito mais positivas para abandonar ou pelo menos atenuar o pessimismo. Isso dependerá basicamente do governo.
 
A pesquisa Focus apresenta projeções sobre preços, juros, dívida pública, crescimento econômico, câmbio e contas externas. As cifras publicadas são as medianas das estimativas. Os economistas do mercado, tudo indica, estão menos otimistas que os dirigentes do BC em relação à alta de preços. 
 
Para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi mantida a projeção de 6%, a mesma coletada nas quatro semanas anteriores. Mas pioraram as estimativas do IGP-DI, do IGP-M e do IPC-Fipe. 
 
Só diminuíram as projeções da Selic. A taxa final prevista para o ano foi baixada de 11,25% para 11,13%. A taxa média de 2014 foi diminuída de 10,97% para 10,91%. De toda forma, foi mantida a aposta em novos aumentos de juros, porque a inflação deverá permanecer elevada e resistente.
 
A decisão do BC pode ter sido baseada em algum otimismo quanto à evolução dos preços. Pode ter sido motivada pela preocupação com o crescimento econômico. Pode ter resultado de uma combinação desses dois fatores. 
 
Seja como for, o pessoal das consultorias e das instituições financeiras pouco mudou suas avaliações e manteve as previsões de inflação muito longe da meta de 4,5% e de expansão econômica inferior à do ano passado. No caso do PIB, a melhora da projeção foi muito pequena, de 1,67%, na semana anterior, para 1,70%.
 
Mas a estimativa da produção industrial piorou, caindo de 1,87% para 1,80%. A expansão econômica mais uma vez dependerá, portanto, dos serviços e da agropecuária - e isso ainda será determinado pelos estragos da estiagem.
 
O pessimismo ainda se estende ao próximo ano. Para 2015, a inflação projetada continua em 5,70%, a mesma taxa estimada quatro semanas antes. O crescimento econômico deve chegar a 2%, uma taxa extraordinariamente baixa para uma economia emergente. A produção industrial poderá expandir-se 3% - resultado abaixo de pífio, depois de três anos muito ruins.
 
Os analistas do setor privado continuam, portanto, duvidando amplamente de qualquer melhora significativa das condições de funcionamento da economia nacional. Segundo essa avaliação, o País continuará operando com baixa produtividade e, portanto, com reduzido potencial de crescimento.
 
Essas dúvidas são perfeitamente compatíveis com as projeções para as contas externas. A projeção para o superávit comercial foi rebaixada de US$ 8,25 bilhões, há quatro semanas, para US$ 7,80 bilhões e, em seguida, para US$ 7 bilhões.
 
 Em quatro semanas, a previsão do saldo no próximo ano diminuiu de US$ 13 bilhões para US$ 10 bilhões. O déficit em transações correntes para este ano foi mantido em US$ 75 bilhões na pesquisa Focus da sexta-feira passada - menor que o do ano passado (US$ 81,4 bilhões), mas ainda um forte sintoma de desarranjos internos.
 
Um surto de investimentos produtivos poderia justificar um déficit em conta corrente dessa magnitude, mas o caso brasileiro é outro. O Brasil continua investindo menos que 20% do PIB tanto em infraestrutura quanto em meios de produção para empresas. Milagre econômico seria crescer mais com investimento tão baixo.

06 de março de 2014
Editorial O Estado de S. Paulo--- Lorotas políticas e verdades efemeras

A ESBÓRNIA PETRALHA!!!


Governo Dilma gasta R$ 214 milhões em festas. Valor manteria 130.000 crianças na creche em período integral, por um ano.

 
 
O carnaval está quase no final, mas o ritmo de festividades e homenagens do governo federal não deve parar. Em três anos, o governo de Dilma Rousseff gastou 71% a mais com festividades e homenagens do que o desembolsado nos quatro anos do segundo mando do governo Lula.

Em valores constantes (atualizados pelo IGP-DI, da FGV), enquanto o ex-presidente desembolsou R$ 153,4 milhões entre 2007 e 2010, a atual presidente já utilizou R$ 214 milhões com a rubrica. O governo Dilma pode ser considerado o mais “festeiro” desde, pelo menos, 1999.

De acordo com levantamento do Contas Abertas, o segundo mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso somou gastos de R$ 61,9 milhões. Já os mandatos do presidente Lula somaram R$ 50,4 milhões e R$ 153,8 milhões, respectivamente.

Dilma comemora A média anual de gastos por mandato também subiu significativamente. FHC gastou em média R$ 15,5 milhões. Os primeiros quatro anos do governo Lula tiveram média de R$ 12,6 milhões. A elevação da média ficou por conta do segundo mandato, quando R$ 38,3 milhões foram gastam em média. A presidente Dilma apresenta média de R$ 53,5 milhões gastos anualmente.

Nos últimos três anos, o Ministério da Cultura foi o que mais desembolsou recursos para festividades e homenagens. Ao todo, a Pasta somou dispêndios de R$ 60 milhões entre 2011 e 2013. Em segundo lugar está o Ministério da Educação, com gastos na ordem de R$ 57 milhões. Já o Ministério da Defesa desembolsou R$ 38,3 milhões no últimos três anos.

Os gastos da União com festividades e homenagens durante o governo Dilma são maiores, por exemplo, do que  todo o orçamento autorizado para o programa “promoção dos direitos da criança e do adolescente” em 2014. O programa prevê a realização de diversas iniciativas, desde capacitação, publicidade até apoio a fóruns de participação e conselhos de direitos, cooperação internacional, articulação intra e intergovernamental, e, financiamento de projetos.

Considerando ainda os dispêndios do atual governo, a conta paga pelos órgãos públicos para custear festas e solenidades é superior ao valor gasto pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República, com o programa “Política para as Mulheres: Promoção da Autonomia e Enfrentamento à Violência” no valor de R$ 194,4 milhões.
 
(Contas Abertas)
 
06 de março de 2014
in coroneLeaks

O CARA MAU DO PMDB


 

 
Eduardo Cunha, eminência parda do PMDB, organizador do "blocão", que neste momento está peitando o PT e ameaçando quebrar a aliança entre os dois partidos, é um cara mau, muito mau. Neste momento, está cometendo uma das suas maldades preferidas, ao modificar projetos de lei e fazer com que venham lamber os seus pés. Desta vez, Cunha ataca os cofres um dos maiores aliados do PT, a JBS-Friboi, que montou um verdadeiro cartel com dinheiro do BNDES, graças a sua amizade com Lula e, especialmente, com o filho do "homem". A notícia abaixo é da Folha de São Paulo.
 
Uma alteração escondida no último artigo da proposta que altera as regras de cobrança de impostos de filiais de empresas brasileiras no exterior pode causar prejuízos milionários para os grandes frigoríficos nacionais. A modificação acaba com o direito das exportadoras de carne de acumularem um crédito equivalente a 50% do que deveriam pagar de PIS e Cofins todas as vezes que compram bois vivos no país.
 
O crédito pode ser usado pelas empresas para abater o que devem desses dois tributos em outras operações. Se o valor todo não for usado, os frigoríficos poderão pedir o ressarcimento em dinheiro.O mecanismo, previsto em uma lei de 2009, foi criado como forma de aumentar a competitividade das empresas exportadoras de carne bovina no mercado internacional, uma vez que reduz a carga tributária das companhias e diminui o custo de aquisição de matérias-primas --neste caso, o animal vivo.O sistema transformou-se num importante incentivo aos frigoríficos e numa conta salgada para o governo.
 
CONTA BILIONÁRIA
 
O estoque de crédito de PIS e Cofins reivindicado pelos três maiores exportadores de carne bovina do país --JBS, Marfrig e Minerva-- chegou a R$ 3 bilhões em setembro de 2013, segundo os dados mais recentes disponíveis. Pela proposta, as empresas não perderiam os créditos em estoque, mas passariam a deixar de acumulá-los. Esses frigoríficos serão os maiores prejudicados pelo fim do benefício, caso a mudança seja aprovada. Juntos, eles respondem por cerca de 80% das vendas brasileiras de carne no exterior.
 
A eliminação desse sistema não estava prevista no texto original da Medida Provisória 627, editada pelo governo em 2013 para alterar as regras de cobrança de tributos das multinacionais. A mudança foi incluída pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), relator da proposta de conversão da MP em lei. Para ele, não é correto dar crédito a um setor que já conta com isenção tributária --os frigoríficos não pagam PIS e Cofins na compra de bois e na exportação de carne.
 
A mudança proposta corta apenas o direito ao crédito. Os frigoríficos continuarão sem ter de pagar os tributos. A retirada do benefício, que não consta das 513 emendas apresentadas por parlamentares, pegou os empresários de surpresa. "Vai ter um impacto em toda a cadeia produtiva. Diminui a competitividade das multinacionais brasileiras de carne", diz Antônio Camardelli, presidente da Abiec, associação que representa os exportadores de carne.
 
Cunha afirma que a Receita Federal foi avisada da alteração e viu com bons olhos a medida, pois ela ajudaria a aumentar a arrecadação do governo federal. JBS, Marfrig e Minerva não quiseram comentar. A Receita Federal não respondeu ao pedido da reportagem.
 
06 de março de 2014
in coroneLeaks

A POUPANÇA ENCOLHEU- Celso MING


O governo Dilma já deu sinais suficientes de que está convencido de que, sem investimento, não dá para garantir o crescimento sustentado da atividade econômica.
 
Mas não sabe como mudar a ênfase do consumo para o investimento. Até há poucos meses, as autoridades davam a entender que, para elas, bastaria acionar o BNDES e apelar ao empresário para que soltasse o espírito animal e tudo aconteceria porque o essencial, a força do mercado interno de consumo, estava garantido.
 
E não é assim. O consumo continua crescendo mais do que o PIB, o BNDES, em ligação direta com o Tesouro, deu quase tudo o que podia dar e, no entanto, o empresário não se anima.
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, às vezes dá a impressão de que acredita no que enfia nas suas apresentações em PowerPoint. Em setembro de 2013, por exemplo, entre retas e curvas nascidas do seu cérebro, como Atena de Zeus, vendeu a ideia de que, em 9 anos, o Brasil destinará 24% de sua renda para o investimento e, então, o crescimento será inexorável, ao ritmo de mais de 4% ao ano.
 
O ministro baseou-se, em parte, na decisão ainda relutante do governo de acionar concorrências para a expansão dos serviços públicos, especialmente na área da infraestrutura. No entanto, também esse processo é lento demais e está sempre sujeito a insuficiências regulatórias e à baixa capacidade gerencial do setor público.
 
As avaliações das Contas Nacionais (as mesmas que calculam o PIB) mostraram que, em 2013, a poupança nacional não passou de 13,9% do PIB (veja o gráfico). Se o País não poupa, não pode garantir o investimento. Não cabe a argumentação de que este é um ponto isolado nas estatísticas. Há mais de 5 anos, a economia brasileira consome mais de 60% do PIB e poupa menos de 18%. Ficaram para trás os tempos do governo militar em que a poupança externa (dívida externa) se encarregou de suprir a insuficiência interna de capitais.
 
Nem a poupança nem o investimento são o resultado da vontade e dos apelos de quem está no comando em Brasília. São o resultado de políticas públicas consistentes voltadas para isso.
 
Tudo começa com firmeza nos fundamentos. Por enquanto, só há vagas promessas de que o governo será capaz de dar solidez às contas públicas a ponto de evitar o rebaixamento da qualidade da dívida e a fuga dos investidores.
 
Também não há determinação suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta. Nada menos que 25% dos preços da economia dependem de autorização do governo e estes estão represados, como acontece com as tarifas dos combustíveis e da energia elétrica. Esse represamento produz enormes distorções e cria insegurança porque, a qualquer momento, pode levar a decisões intempestivas.
 
Além de improvisadas e pouco abrangentes, as políticas do governo são de fôlego curto. O desempenho da indústria está excessivamente condicionado à distribuição de subsídios, de reservas de mercado e de isenções tributárias temporárias. E não há clareza na disposição do governo em mudar de rumo.

06 de março de 2014
Celso Ming, O Estado de S. Paulo

Tudo nela é ilegal--. Reinaldo Azevedo

ENCONTRO DE DILMA COM PETISTAS, JÁ TRANSFORMADO EM MATERIAL DE CAMPANHA, É, OBVIAMENTE, ILEGAL!

 
Vejam esta foto, de Ricardo Stuckert, do Instituto Lula.
 
Dilma comitê eleitoral
 
Tudo nela é ilegal.
 
Em pé, veem-se Lula e Dilma no gesto clássico de união de forças, com as mãos dadas, cada um agarrado ao punho do outro, para demonstrar a aliança inquebrantável. 
 
À esquerda da mesa, o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT de São Paulo; o marqueteiro João Santana e, escondido atrás de Lula, Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil. 
 
À direita, Giles Azevedo, ainda chefe de Gabinete da Presidência; o deputado estadual Rui Falcão, presidente nacional do PT, e Franklin Martins, que será chefe da área de comunicação da campanha de Dilma à reeleição.
 
Eles estão no Palácio da Alvorada, que é a residência oficial de Dilma, mas que, nem por isso, deixa de ser um prédio público. É aceitável que Dilma receba políticos em sua, vá lá, casa, mas não que transforme o lugar num comitê de campanha. O objetivo da reunião era tratar da campanha eleitoral de 2014 — principalmente a de Dilma, mas também debater o panorama nacional, as alianças do PT etc.
 
Se querem a evidência de que se trata de uma ilegalidade, recorramos a uma espécie de legislação comparada. Se Dilma decidisse montar desde já um comitê de campanha, a Justiça Eleitoral mandaria fechá-lo porque isso ainda é proibido.  
 
Como pode, então, usar uma edificação pública com essa finalidade, ainda que parte do lugar lhe sirva de residência? E aqui cumpre notar: ali, sim, a residência da presidente Dilma Rousseff, mas quem comandou a reunião foi a candidata Dilma Rousseff.
 
A reunião foi realizada na biblioteca do palácio, que é uma das áreas não íntimas do prédio. Já estive no local. Há livros lá de altíssima qualidade, diga-se, que estão acumulando poeira nos últimos 11 anos.
 
Muitos deles poderiam contar à presidente Dilma, entre outras coisas, que Manaus é a capital do Amazonas, não da Amazônia, como ela anunciou recentemente ao mundo. 
 
Certamente não foi devorando aqueles muitos volumes que Lula chegou à conclusão de que o planeta Terra teria muito a ganhar se, em vez de redondo, fosse quadrado, como ele conjecturou certa feita.
 
Vejam a foto. É o dinheiro público que paga a luz elétrica, o papel, a água, a faxina que foi feita, a segurança e, tenho certeza, o transporte que conduziu a turma até ali — ou Mercadante e Giles Azevedo, que exercem cargos no ato escalão do governo, chegaram dirigindo os respectivos carros? Acho que não!
 
Reitero: Dilma receba quem quiser na residência oficial. 
 
Ocorre que o encontro, com imagem divulgava pelo Instituto Lula, já se transformou num evento de campanha eleitoral. E é evidente que prédio e dinheiro públicos não podem ser destinados a este fim. Alguém poderá dizer que estou sendo rigoroso demais.  
 
É… Sou assim mesmo. De uma presidente da República, o mínimo que espero é que cumpra a lei.
 
06 de março de 2014
Reinaldo Azevedo -Veja

Ficha Limpa alcança 97% do judiciário brasileiro



por Fabio Serapião com informações do CNJ — publicado 05/03/2014
 
A resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe a nomeação de pessoas condenadas por atos de improbidade administrativa para cargos em comissão foi atendida por 86 órgãos do Poder Judiciário brasileiro - entre conselhos de justiça e tribunais superiores, estaduais, federais, trabalhistas, eleitorais e militares.

Para chegar a esse número, o CNJ enviou os seguintes questionamentos aos órgãos de Justiça: 

se as funções de confiança eram ocupadas por pessoas que não tenham sido condenadas por meio de decisão com trânsito em julgado ou proferida por órgão jurisdicional colegiado; 

se empregados de empresas contratadas à disposição dos tribunais exercendo funções de chefia teriam algum tipo de condenação;  

se o tribunal havia solicitado e verificado as certidões negativas para atos de improbidade e crimes estipulados pela resolução e, por último, 

caso verificado o não atendimento dos requisitos, 

se a corte havia exonerado os funcionários.

Os órgãos classificados como cumpridores da resolução foram aqueles que alcançaram ao menos 70% da pontuação atribuída a essas questões.

Realizado pelo Departamento de Gestão Estratégica e Secretaria Processual do CNJ, o levantamento apontou que entre os Tribunais de Justiça estaduais, apenas o do Piauí não cumpriu a determinação. 

Outros dois, do Rio Grande do Sul e Paraíba, cumpriram apenas 95% da regra. 

Entre as Cortes Superiores, a resolução foi atendida 100%. 

A Ficha Limpa também foi 100% aplicada pelos Conselhos de Justiça, no caso, o Conselho da Justiça Federal e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho.  

Nos Tribunais Regionais Federais, a resolução foi atendida parcialmente (95%) apenas pelo TRF 2º Região. Nos Tribunais da Justiça Militar foi adotada 100%

No Judiciário eleitoral, cumpriram totalmente a resolução os tribunais de Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. 

A Corte eleitoral do Amapá atendeu 90% da referida norma, e as cortes eleitorais da Paraíba e de Pernambuco atenderam 95% do ato normativo.

Dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRT), 22 aplicaram a Resolução da Ficha Limpa. 

O índice de cumprimento entre essas cortes foi de 92%. O ato normativo foi 100% acolhido pelos TRTs da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 11ª, 14ª, 15ª, 16ª, 17ª, 18ª, 19ª, 20ª, 21ª, 22ª, 23ª e 24ª Região. 

A corte que atende a 12ª Região aplicou 95% do ato normativo.
registrado em:

PARA LÍDER DO PMDB, PT SE ENGANA COM O TAMANHO DA CRISE


 

Tensão entre PT e PMDB foi discutida na reunião entre Lula e Dilma na quarta-feira de cinzas. Mercadante saiu do encontro com a tarefa de discutir soluções com o PMDB


Irritado por ter sido chamado de mentiroso pelo prefeito de Maricá, o petista Washington Siqueira Quaquá, o líder da bancada na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), atacou o prefeito na rede social nesta quinta-feira (6). 
 
"Não vou perder tempo e baixar o nível com um pilantra como esse Quaquá. Ele não é personagem de páginas políticas e sim de páginas policiais", postou Cunha, que está em viagem a Roma e no centro da crise entre PMDB e PT.
 
O líder peemedebista referiu-se às obras no Aeroporto de Maricá, município da região dos Lagos fluminense, para insinuar um comportamento “criminoso” do prefeito, mas não teceu detalhes. 
 
Pela irritação, Cunha demonstrou ainda que a indisposição do PMDB na aliança para reeleger Dilma está longe de terminar.
 
"Ledo engano acharem que essa discussão da aliança está restrita a problemas do Rio. A coisa é muito mais complexa", disse o líder.

 
Tensão


O ataque de Cunha é mais uma resposta à troca de ofensas entre petistas e peemedebistas e mais um episódio da crise envolvendo os dois principais partidos da aliança para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. 
 
Antes de viajar para o carnaval, Dilma conversou com o vice-presidente Michel Temer e disse que resolveria tudo no retorno do feriado. Já encontrou uma quarta-feira de cinzas turbulenta, com alto grau de pressão dos peemedebistas.
 
A crise foi tema, inclusive, da reunião ente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma no início da noite de quarta-feira, no Palácio da Alvorada, que também tratou de detalhes da coordenação da campanha. 
 
Além de Dilma e Lula, participaram da reunião o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, que deixará o governo para trabalhar na campanha, o futuro tesoureiro da campanha, o atual presidente do PT de São Paulo, deputado Edinho Silva, o ex-ministro da Comunicação Franklin Martins, o publicitário João Santana, o presidente do PT, Rui Falcão, além do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
 
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
 
 
Lula e Dilma se encontram em Brasília
 
De um lado petistas acusam o PMDB de chantagem para conseguir mais cargos na reforma ministerial. 
 
De outro, peemedebistas reclamam do tratamento dispensado pelo PT e pela própria presidente e ameaçam antecipar a convenção do partido para retirar o apoio à Dilma.
 
Dilma decidiu inverter a reforma, definir a parte que cabe ao PT primeiro e deixar o PMDB para a fase final da reforma. A demora em definir a parte do PMDB acabou acirrando ainda mais a rebelião, iniciada no PMDB da Câmara e que acabou contaminando o partido também no Senado.
 
Para conter os ânimos, o Planalto já fez um levantamento de cargos, incluindo vagas em agências reguladoras que poderão ser indicados pelos aliados. 
 
O ministro Mercadante saiu do encontro com a tarefa de conversar ainda nesta quinta-feira com o presidente do PMDB, Valdir Raupp e apresentar as propostas para resolver o problema.

06 de março de 2014

Luciana Lima , iG

É RECORDE EM CIMA DE RECORDE!


Em fevereiro, Dilma abriu o maior rombo da balança comercial dos últimos 20 anos.

 
 
A balança comercial brasileira registrou saldo negativo de US$ 2,125 bilhões em fevereiro, segundo divulgou nesta terça-feira, 6, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O déficit comercial é fruto de exportações da ordem de US$ 15,934 bilhões; e importações de US$ 18,059 bilhões. 
 
Foi o pior resultado para o mês da série histórica do MDIC, iniciada em 1994. No acumulado do primeiro bimestre de 2014, o saldo ficou negativo em US$ 6,183 bilhões, também o pior resultado para um primeiro bimestre. 
 
As exportações no ano somam US$ 31,960 bilhões e as importações, US$ 38,143 bilhões. 
 
(Estadão)
 
06 de março de 2016
in coroneLeaks

O governo federal deve transmitir a convicção de que a meta fiscal será alcançada sem truques



por Delfim Netto publicado 06/03/2014 05:18 Carta Capital
 
Valter Campanato/ABr
Mantega
Guido Mantega anunciou, na semana passada, um superávit primário de 1,9% do PIB em 2014


O mercado reagiu de maneira amigável à proposição do governo de realizar um superávit primário de 1,9% do PIB em 2014, anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada.

 Projetando o crescimento de 2,5% para a economia este ano e uma taxa de inflação de 5,3%, o Ministério da Fazenda ajustou receita e despesa para gerar o superávit de 81 bilhões de reais, o equivalente a 1,5% do PIB, na expectativa de que estados, municípios e estatais façam os outros 18 bilhões de reais, equivalentes a 0,4% do PIB.

A execução de um superávit primário dessa ordem vai atender ao objetivo de reduzir ligeiramente a relação dívida/PIB, ajudando a melhorar o humor dos mercados financeiros e a tranquilizar as agências de rating, ao dar uma indicação clara de que o governo da presidenta Dilma está preocupado com o problema fiscal. 

Isso é um passo importante para a melhor compreensão dos agentes econômicos em relação à política de combate à inflação e aos objetivos de crescimento. A iniciativa do ministro Mantega – em seguida ao anúncio das instruções orçamentárias da União – de ampliar o diálogo com os agentes dos mercados financeiros e com investidores que se manifestam interessados em participar dos projetos de infraestrutura relacionados no PAC mostra o grande empenho do governo de convencer o setor privado de que a meta do superávit é factível. 

Será mais um passo para reduzir a desconfiança entre o setor empresarial e o governo. 

A meta é factível. O problema é se é exequível. A compreensão de que o superávit está sendo cumprido, de fato, vai fazer o serviço que precisa ser feito: reduzir ligeiramente a relação dívida/PIB, ajudando a tranquilizar os mercados financeiros e as famosas agências de rating quanto ao problema fiscal. É necessário, realmente, ir eliminando as dúvidas do mercado sobre a exequibilidade da meta.

São dúvidas reais, infelizmente, ainda consequência da fratura de credibilidade que se instalou desde a fantasiosa quadrangulação de dezembro de 2012 (uma alquimia fiscal legal, mas eticamente duvidosa) e dos erros sistemáticos de estimativa nos anúncios do superávit primário de 2013. 

Daí a necessidade do trabalho do ministro da Fazenda para transmitir ao setor privado a convicção de que atingir o superávit é um compromisso obrigatório de todas as áreas do governo, que será alcançado sem truques ou invenções, de forma que não paire nenhuma dúvida sobre a sua execução.


Há outras fontes de dúvidas, algumas gestadas no exterior e facilmente internalizadas sem a necessária análise crítica, como a dos índices de vulnerabilidade (uma ridicularia subscrita até por economistas do Federal Reserve System americano). 

Eles mereceram a advertência dos presidentes do Banco Central do Brasil e da África do Sul na recente reunião do G-20, em Sydney, para que os demais membros não se deixassem influenciar por “avaliações sem bases técnicas sólidas que podem atender a interesses menos nobres do mercado, como depreciar ativos dos países para conquistar lucros fáceis”.

Essa facilidade com que são internalizadas avaliações negativas sobre os problemas de curto prazo em nossa economia – quase nunca rebatidas até mesmo pelos nossos analistas mais atentos – instigaram-me a chamar a atenção dos leitores para dois casos excepcionais. 

1. O comentário objetivo e preciso do executivo João Carlos Brega, presidente para a América Latina da multinacional Whirlpool, sobre o que dizem as agências de risco: “Elas erram muito, reclamam de nosso superávit primário, mas o Brasil é um dos únicos emergentes com superávit. E os Estados Unidos, que não têm superávit e ficam parados com as discussões sobre o teto da dívida? Tem muita gente que ganha com a instabilidade” (entrevista ao Valor, na quarta-feira, 19/2/14).

2. O seminal artigo “Por que o Brasil é o País das oportunidades” (Valor, terça-feira, 25/2/2014), no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala do processo civilizatório dos últimos 11 anos e da transformação do País “que atravessou por essa crise mundial promovendo o pleno emprego, o aumento da renda da população e reduzindo as desigualdades sociais”.
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Petrobras: recorde positivo no pré-sal e negativo na Bolsa

SÃO PAULO - Na noite da última quarta-feira, a Petrobras (PETR3, PETR4) divulgou que bateu um novo recorde de produção no pré-sal. Foram produzidos 412 mil barris de petróleo por dia em 27 de fevereiro. Este novo recorde vem seguido de outros recordes de produção da petrolífera: de acordo com a companhia, "essa marca, obtida com apenas 21 poços produtores, evidencia a elevada produtividade dos campos do pré-sal".

Além disso, de acordo com comunicado enviado pela companhia, "resultados como esses, decorrentes de ações gerenciais objetivas, levaram a companhia em 2013 a realizar lucro líquido de R$ 23,6 bilhões, 11% superior ao de 2012".

Com mais esse resultado positivo, a Petrobras segue firme com o seu plano de expansão da produção, com a intenção de dobrá-la até 2020. A notícia é considerada positiva por analistas, uma vez que representa um importante passo para que a Petrobras se consolide como uma das principais empresas globais.

Contudo, estes números expressivos de produção não se refletem no desempenho das ações da companhia na bolsa brasileira. Na véspera, as ações da companhia tiveram um novo dia de queda, com baixa de 2,16%, a R$ 12,71 para as ações ordinárias e de 2,21% para os ativos preferenciais, a R$ 13,29. 

Com isso, os papéis registraram novo recorde de baixa, atingindo o menor patamar desde 29 de julho de 2005 para os ativos PETR3 e renovando o patamar mínimo desde 27 de dezembro de 2005 para as ações PETR4.

Mas por que esse movimento tão contraditório ocorre com a Petrobras? Conforme destacou o El País em matéria logo após a divulgação do resultado, o futuro promissor da petrolífera parece estar bastante distante do seu presente turbulento, com a estatal enfrentando uma espécie de "inferno astral". 

"Não há dúvidas de que a Petrobras é 'brilhante' e que está construindo com esmero as bases do seu futuro, com inteligência e inovação", mas muitas dificuldades estão pelo seu caminho, apontou a reportagem.

E este movimento preocupante ocorre em meio ao cenário bastante desafiador para a petrolífera, conforme destacou até mesmo a presidente Graça Foster, durante teleconferência para a apresentação de resultados do quarto trimestre.

E os principais problemas residem no forte endividamento que a companhia possui, ressaltado por Foster, com a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido passando de 34% para 39%, enquanto a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) passou para 3,52 vezes, padrões estes acima do que a própria estatal vê como razoáveis. 

Com isso, a meta da presidente é a redução da alavancagem financeira para os valores abaixo de 35% e 2,5 vezes no prazo máximo de 24 meses, de modo a manter o grau de investimento das agências internacionais.

E um dos pontos de destaque durante a teleconferência foi a menção de que tem esse compromisso de redução dos níveis de alavancagem "junto aos conselheiros", sendo bem enfática ao destacar que "os conselheiros precisam ver isso". 

E esse é um dos pontos sensíveis em relação à estratégia de investimento da Petrobras, uma vez que o presidente do conselho de administração da companhia é o ministro da fazenda, Guido Mantega, e que a empresa é controlada pelo governo brasileiro.

Em novembro, foi marcante a discussão entre Graça Foster e Guido Mantega sobre o reajuste de combustíveis. Em carta da divulgação dos resultados do terceiro trimestre, Graça sinalizou que estava em aprovação uma nova metodologia de reajustes de combustíveis. As ações da companhia ganharam forças após o anúncio, uma vez que as sinalizações eram de que haveria uma maior previsibilidade nos ajustes de preços.

 Mas o governo tentou frear as intenções da diretoria da estatal e maiores detalhes sobre a metodologia de reajuste não foram dados, o que voltou a causar incerteza em relação à estatal.

E o reajuste de combustíveis é um dos pontos cruciais para a redução do endividamento da companhia, uma vez que ela precisa fazer a importação de 300 mil barris diários para atender as necessidades do mercado, já que as refinarias têm capacidade de produção inferior à demanda. 

O déficit financeiro da balança comercial de petróleo e derivados foi de US$ 14 bilhões em 2013, conforme destacou a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

Além disso, a companhia se defronta com uma desconfiança do mercado em relação aos seus planos de negócios. Um dos fatores apontados pelos analistas é frente a estimativa do dólar, de R$ 2,23 no ano, bem abaixo da expectativa do próprio Banco Central, que trabalha com um dólar a R$ 2,40. E um real mais forte representa um ponto positivo para a Petrobras, dada as suas fortes importações.

Além disso, as investigações de contratos superfaturados com a construtora Odebrecht e de propina com a holandesa SBM mancham a imagem da petrolífera em um momento em que ela busca aumentar a sua eficiência e mostrar resultados após seis anos e meio da descoberta do pré-sal, que causou euforia. 

Na época, o então presidente do Brasil, Lula, proclamou que o Brasil havia ganho o "bilhete premiado da loteria" e um "passaporte para o futuro". Logo depois acrescentou que "Deus havia dado ao Brasil recompensas que haveriam de impulsionar a modernização do país". Porém, os resultados demoram a chegar.

A grande questão continua

Conforme destacam boa parte dos analistas de mercado, os dados de produção da companhia podem apontar para recuperação em 2014. Os analistas do HSBC, Luiz Carvalho e Filipe Gouveia, esperam uma alta de 5,2% na produção em 2014. Porém, avaliam, este é o único fator que a estatal pode controlar.

Porém, a grande questão para a companhia continua, conforme apontaram os analistas do HSBC em relatório para comentar os resultados: "a questão para nós é se o governo vai deixar a gestão da Petrobras agir como qualquer uma das outras cinco maiores empresas de energia do mundo já fazem. Esperamos que um senso de urgência do governo vai permitir à empresa ajustar preços domésticos dos combustíveis do seu modo. A potencial divergência poderia significar um longa e pedregosa escadaria".

Conforme destacou o jornal El País, "o problema é combinar as necessidades do governo com a impaciência dos donos do dinheiro, que garantem a valorização das suas ações", destacou a reportagem. Neste sentido, o aumento dos preços da gasolina e diesel ganha uma importância "capital". 

Por outro lado, essa medida sozinha pode ser insuficiente: a companhia também precisa vender mais ativos. Assim, a companhia enfrenta uma série de desafios para retomar a confiança do mercado. Mas o que mais limita os ganhos da companhia é o fato de que muito dos fatores impulsionadores dos papéis não dependem dela.

Venezuela: ex-presidentes pedem fim da "intolerância"

247 – Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Oscar Arias Sánchez (Costa Rica), Ricardo Lagos (Chile) e Alejandro Toledo (Peru) divulgaram uma declaração conjunta sobre a situação na Venezuela, pela qual criticam o fato de "manifestações estudantis" contra o governo de Nicolás Maduro tenham sofrido "repressão desmedida" de grupos que, de acordo com a imprensa, são vinculados com partidos políticos no governo.

O comunicado menciona que jovens declararam terem sido torturados, a imprensa independente tem sido perseguida e há dificuldade para a divulgação dos fatos ocorridos no país, "incluindo a retirada do ar de um canal internacional de televisão e ameaças de fazer o mesmo com outro", além de "agressões físicas a jornalistas e limitações à aquisição de papel para a imprensa escrita".

"Na condição de amigos da democracia venezuelana", como escrevem no comunicado, os quatro ex-chefes de governo pedem o estabelecimento de um "debate construtivo", investigação "transparente" sobre as denúncias de tortura e outras violações aos direitos humanos e ainda o fim das restrições à imprensa. "Confiamos que esse país será capaz de superar a extrema polarização e a intolerância que dominaram a cena política nos últimos anos", afirmam.

Em artigo no fim de semana, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já havia criticado a "timidez de nosso governo" em "fazer o que deve" diante da crise na Venezuela. "Não digo apoiar este ou aquele lado em que o país rachou, mas pelo menos agir como pacificador, restabelecendo o diálogo entre as partes, salvaguardando os direitos humanos e a cidadania", escreveu (leia mais aqui). Abaixo, a íntegra da declaração conjunta:

Declaração conjunta sobre a Venezuela

Nós, abaixo assinados, Oscar Arias Sánchez, Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Lagos e Alejandro Toledo, concordamos em formular a seguinte declaração conjunta:

Temos observado com preocupação e alarma os acontecimentos que vêm ocorrendo na Venezuela durante as últimas semanas. 

Manifestações estudantis de protesto pacífico contra as políticas do governo, fato normal em qualquer sociedade democrática, têm sido objeto de uma repressão desmedida por parte das forças de segurança e de ataques por parte de grupos armados ilegais que alguns meios de comunicações vinculam com partidos políticos no governo.

Estes fatos estão na origem de uma alarmante escalada de violência e de uma rápida deterioração da situação dos direitos humanos no país.

A violência já custou a vida de várias pessoas atingidas por balas; estudantes presos declararam publicamente terem sido submetidos a torturas e tratamento desumanos e degradantes por parte das autoridades; a imprensa independente tem sido perseguida e dificuldades foram criadas para impedir que os meios de comunicação informem sobre os acontecimentos, incluindo a retirada do ar de um canal internacional de televisão e ameaças de fazer o mesmo com outro, agressões físicas a jornalistas e limitações à aquisição de papel para a imprensa escrita.

Além disso, o protesto cívico e da oposição democrática tem sido criminalizado. Numerosos estudantes presos estão sob a ameaça de processos penais; o senhor Leopoldo López, líder de um partido de oposição, foi sumariamente privado de liberdade e acusado, por motivos políticos, de diversos delitos. Outros líderes democráticos também têm sido submetidos a perseguições judiciais por razões políticas.

Condenamos estes fatos e instamos o Governo venezuelano e todos os partidos e atores políticos a estabelecer um debate construtivo no marco de referência dos princípios democráticos universalmente reconhecidos, tal como definidos na Carta Democrática Interamericana.

Fazemos um apelo especial ao governo para que contribua para a criação, sem demora, das condições propícias para esse debate, com uma agenda compartilhada e sem exclusões. 

Para tanto é imperativo que se ponha fim de imediato à perseguição contra os estudantes e os líderes da oposição, colocando em liberdade o senhor Leopoldo López e todos os demais detidos ou perseguidos por razões políticas. 

Faz-se também necessária a condução de uma investigação independente e transparente sobre as denúncias de torturas e outras violações de direitos humanos. 

 Devem cessar as restrições e hostilidades impostas à imprensa independente, o que inclui o restabelecimento do sinal do canal internacional de televisão bloqueado pelo governo.

É igualmente necessário que as manifestações de protesto dos partidos de oposição e de outras organizações sejam conduzidas de forma pacífica, como ocorre nas sociedades democráticas e com o respeito devido ao mandato das diferentes autoridades do país, nos termos definidos pela Constituição venezuelana.

Na condição de amigos da democracia venezuelana, confiamos que esse país será capaz de superar a extrema polarização e a intolerância que dominaram a cena política nos últimos anos – males que minaram a eficácia dos mecanismos internos de debate democrático e a confiança na independência e imparcialidade de numerosas e relevantes instituições. 

Ao mesmo tempo, fazemos um chamamento à comunidade internacional para que se junte a um esforço concertado em prol do fortalecimento da democracia e da preservação da paz na Venezuela.

OSCAR ARIAS SÁNCHEZ
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
RICARDO LAGOS
ALEJANDRO TOLEDO