terça-feira, 28 de julho de 2015

PT e PSB: o “rompimento” é só de fachada; três exemplos claros disso

Por Fred Lima


Com a morte do saudoso ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em agosto passado e também com a derrota de Marina Silva, o PSB passou a se juntar informalmente e de forma silenciosa ao PT. Engana-se quem pensa que o partido de Miguel Arraes saiu do governo e passou para a oposição. O apoio ao PSDB na eleição de 2014 foi por insistência de Marina e Beto Albuquerque. Roberto Amaral, ex-presidente do partido, nunca escondeu seus laços amarrados com nó cego pelo PT, inclusive sendo contra o apoio do PSB a Aécio Neves, rachando o partido.



A coisa funciona mais ou menos assim: o partido de Campos não assume que apoia o PT. Pelo contrário, diz que permanece independente ou opositor ao governo Dilma. No entanto, debaixo dos panos, a história é outra. Os socialistas, em boa parte, não perderam o ar esquerdopata e de teses que se assemelham ou são até mais radicais das que o PT defende. Como se juntar a partido como o PSDB, que começou na esquerda mas com o tempo foi caminhando para o centro e, em alguns momentos, até flertou com a direita quando esteve no poder?



Vocês acham, por exemplo, que se o presidente fosse Lula, Eduardo Campos teria sequer saído candidato? Claro que não! Entendam uma coisa: a birra do PSB com o PT é por causa de Dilma, não de Lula. Eduardo rasgava elogios a Lula, o considerando “o melhor presidente que o Brasil já teve”. Recentemente, o filho do falecido Campos, em inauguração da fábrica Itaipava, que contou com a presença de Lula, elogiou o ex-presidente na presença dos convidados, ao lembrar do legado de seu pai em Pernambuco: “São dois homens públicos que sabem fazer política e os resultados são os melhores possíveis. Fizeram o Estado crescer e o povo crescer junto”.


DF
Assim como aconteceu no plano federal, o PT e o PSB caminharam em lados opostos na última eleição no DF, apesar de sempre terem andado juntos desde a eleição de 1994. O então candidato Rodrigo Rollemberg fez críticas ao governador Agnelo Queiroz apenas durante o primeiro turno, mas no segundo o adversário era outro. A maioria dos votos de Agnelo migraram para Rollemberg.

Apesar da tão lembrada herança maldita do governo passado, Rollemberg manteve petistas influentes no segundo e terceiro escalão, nomeando dias atrás um petista importado do Maranhão, que assumiu a Secretaria de Saúde por indicação do clã Sarney.


Mesmo sendo criticado, Rollemberg nem pensa em se livrar dos petistas que estão no GDF, até porque sempre andou de mãos dadas com a sigla em Brasília.


Entorno
O PT tem apenas uma prefeitura nas cidades goianas do entorno do DF. Valparaíso de Goiás é governado pela prefeita Lucimar Nascimento (PT), que exonerou ontem (27) seu secretário de Governo, Antônio Reis, presidente do PSB local, que saiu para disputar a prefeitura do município no ano que vem, com o aval do governador do DF. Como podem perceber, petistas e socialistas só rompem um ano antes da eleição. Por que não fizeram isso antes?


O engraçado disso tudo é que o PSB/Valparaíso quer se apresentar como a terceira via durante a eleição. Como? Tendo participado e defendido o fracassado governo Lucimar com unhas e dentes? Está mais para braço auxiliar do que terceira opção.


Conclusão
Desculpem a franqueza, mas o “rompimento” do PSB com o PT não passa de oportunismo político, nada relacionado a diferenças ideológicas. É tipo aquele filho que começa a crescer e quer sair da aba do pai. Tudo não passa de uma busca de hegemonia partidária e só. Logo, logo deve retornar, como o filho pródigo. Já diz o ditado que “o bom filho à casa torna”.



Da Redação

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