sábado, 2 de janeiro de 2016

Miguel Reale: "O povo bestificado assiste atônito à destruição da República"

Miguel Reale Júnior, no Estadão, depois de reiterar os motivos para o impeachment de Dilma Rousseff, faz uma forte denúncia contra o STF:

"Sem haver nenhum princípio inspirador da possibilidade de uma maioria simples do Senado anular a determinação de 2/3 da Câmara de se instalar o processo, foi-se além dos limites de interpretação para, em criatividade livre, contrariar a clareza dos textos constitucionais e legais".

Ele se pergunta:

"Como confiar no Supremo diante de um construtivismo constitucional dessa grandeza?"

E conclui:

"O povo bestificado assiste atônito à destruição da República. O ano novo começa velho".

Comentários

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Anderson 
Pessoal segue o link para as assinaturas das medidas contra a corrupção vamos ler e participar: http://www.dezmedidas.mpf.mp.br/


Carlitos 
Aplicou-se o pensamento Barrosiano livre!!!

realidade 
Quem mais perde com o domínio econômico Chinês na América Latina e próprio Brasil?

BRASIL. ( 3 opiniões diferentes: de Ex-embaixador, de consultor e deprofessor de relações internacionais)
http://oglobo.globo.com/economia/china-exigira-compensacao-pelo-emprestimo-de-us-35-bi-petrobras-dizem-analistas-15854557
Muito pior que o FMI , China.
http://oglobo.globo.com/brasil/pt-quer-superar-ajuste-com-mais-impostos-emprestimos-da-china-18397060

Maria 
Plus ça change, plus c'est la même chose...


Mayke 
Antagonista, protagonista? O povo brasileiro é apenas um mero figurante, e o é porque quer, porque gosta de ficar esperando um milagre cair do céu, ou surgir um novo herói, que vai arrumar a situação do povão, sozinho.

Povo amestrado, povo pacato, povo folgado.

Tereza

Gargalhando...rsrs. Mas, tem fundamento.
STF:
- Teori: 50% pertence ao PT, 20% Dilma, 30% Renan;
- Toffoli: 50% PT, 30% Dilma, 20% Elias Maluco;
- Carmen Lúcia: 40% Dilma, 50% Renan, 10% ADA;
- M.A. Mello: 60% Collor, 20% PT, 20% Magazine Luiza;
- Fachin: 30% PT, 30% Dilma, 10% Lula, 30% PCC;
- Rosa Weber: 60% Dilma, 30% Instituto Lula, 10% CV;
- Fux: 40% PT, 30% Renan, 10% Dilma, 20% LÓreal;
- Celso Melo: 20% PT, 30% Dilma, 50% Collor;
- Barroso: 40% movimento LGBT, 50% Dilma, 20% PT;
- Lewandowski: 50% PT, 30% Lula, 20% Jack Daniels.

Corte de 11% no Bolsa Família




Na prática, ao vetar emenda de Aécio Neves que garantiria ao Bolsa Família a correção pela inflação, Dilma cortou pelo menos 11% dos benefícios dos brasileiros atendidos pelo programa.

Isso deveria estar claro no noticiário, já que a inflação de 2015 ultrapassou os dois dígitos ainda em novembro. Mas Gerson Camarotti precisou destacar esse fato em comentário para a Globo News.

Comentários

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Kleber Monteiro 

Milhares de pessoas recebem o Bolsa Família, porém, não possuem perfil . Tem que se fazer com urgência,uma intensa fiscalização nos municípios. Muitas famílias realmente necessitam do benefício. Mas, o governo tem por obrigação, desenvolver ferramentas para que essas famílias possam sair dessa necessidade. No entanto, o que o governo quer mesmo é manter as famílias, justamente nessa dependência. VOTO GARANTIDO. Ah!!! A gloriosa presidenta se orgulha tanto do seu passado. Mas, não permite que ninguém tenha acesso. E não vejo a imprensa divulgar nada disso. A imprensa é totalmente PARCIAL.

Viva o Brasil 
A Folha revela que a velocidade da internet na rede pública é só 3% da adequada nos centros urbanos do país. Mas somos uma 'Pátria Educadora' segundo a propaganda oficial. Deboche.


Leonardo Rocha 
Pedido de ESCLARECIMENTO
A direita, a atual oposição, o PSDB, o Presidente do PSDB, são a favor do Bolsa Família??? Seus eleitores sabem disso????

Sergio Paulistano 
Enquanto isso no "País das Maravilhas"... Os Brasileiros e Brasileiras, como diria aquele RATO de bigode escova, continuam "DORMINDO"...

E enquanto eles dormem os RATOS continuam a dilapidar o Erário Publico... E são tantas e incontáveis as goteiras por onde escorrem nossas "riquezas" que precisaríamos de umas 1000 "Lava Jatos" para estancar a hemorragia corrupta que assola "ESTIPAÍZ", como diria aquele RATO com nove dedos nas patas dianteiras...

Em nossa "cultura", ou falta de, costuma-se dizer que o ano só começa depois do Carnaval... Acho que só começará quando o POVO FOR PRÁ RUA!!!

 
luciana fellows 
Reformulo:

Falei que ela acusou Aecio na campanha de que ele iria fazer o que ela esta fazendo.e que o marqueteiro devia ir em cana ao induzir o consumidor/eleitor ao erro, vendendo produto podre maquiado. Olha onde estamos!

Tivesse sido sincera e dito: O pais esta nessa situação tal e tal , temos esse e esse caminho etc. As pessoas teriam pelo menos consciencia em quem e porque estavam votando.
Votaram no que a tv mostrou. Votaram na mentira sem saber que estavam sendo enganados. Marquetagem pura! Só isso! Nao se pode brincar com milhões de vidas pela soberba de um cargo.

Educação perdeu 10% do orçamento em 2015

Mesmo com o lema “Pátria Educadora”, adotado pela presidente Dilma, ministério teve corte de R$ 10,5 bilhões no orçamento previsto para o ano passado, informa o Estadão



ABr
Pátria Educadora é o slogan escolhido por Dilma para o seu segundo mandato


O Ministério da Educação (MEC) perdeu R$ 10,5 bilhões de seu orçamento em 2015, ano em que a presidente Dilma Rousseff adotou o lema “Pátria Educadora” para o seu segundo mandato. O valor corresponde a uma perda de 10% do orçamento da pasta, informa reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. No ano passado, o ministério sofreu com corte em programas, pagamentos atrasados e trocas de ministros.


Segundo o Estadão, os cortes alcançaram programas como o Fies (Financiamento Estudantil) e o Pronatec, as duas principais bandeiras de Dilma na área da educação nas eleições de 2014. Em 2015, o Fies fechou com 313 mil contratos, 57% a menos em relação ao ano anterior. O governo restringiu o acesso ao programa e adiou pagamentos a instituições de ensino.


De acordo com a reportagem, os gastos da União com o Fies caíram 16% em 2015 e fecharam em R$ 12 bilhões, ante os R$ 13,7 bilhões registrados em 2014. No Pronatec também houve atraso de pagamento a escolas e adiamento do início das turmas.


O Estadão informa que outras iniciativas também sofreram com escassez de recursos. É o caso do Mais Educação, voltado a escolas de tempo integral, e do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), que transfere verbas diretamente para as unidades. Também houve atraso no pagamento de bolsas de programas de iniciação à docência e de alfabetização.


Com problemas de caixa, as universidades federais tiveram greve de professores por cinco anos.


Em nota, o MEC sustentou que, mesmo com as restrições orçamentárias impostas pela necessidade do ajuste fiscal, foram preservados os “programas e as ações estruturantes do MEC”.


“Em 2015, foi dado mais um passo importante nesses 13 anos de governos que mantiveram o projeto educacional de compromisso com a ampliação do acesso e da permanência nos diferentes níveis de ensino e com a qualidade da educação”, disse a assessoria do ministério ao Estadão.


Leia a reportagem completa no Estadão

Pacote anticorrupção tem 1,2 milhão de assinaturas


Idealizadores da campanha, procuradores da República esperam entregar propostas ao Congresso assim que alcançarem 1,5 milhão de apoios. Projetos preveem penas mais rígidas para crime de corrupção

"A Lava Jato trata de um tumor, mas o sistema é cancerígeno", diz Dallagnol


Integrantes do Ministério Público Federal conseguiram reunir desde julho 1,2 milhão de assinaturas até o momento para propor um pacote com dez medidas de combate à corrupção. Os organizadores do movimento esperam atingir 1,5 milhão de apoios – número necessário para apresentação de projeto de lei de iniciativa popular – até o meio do ano. O pacote engloba 20 propostas de mudança legislativa em dez eixos principais. Entre outras mudanças, prevê penas mais rígidas para crime de corrupção, dificulta a anulação de processos e facilita a recuperação de recursos desviados.


A campanha foi iniciada por integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, mas ganhou apoio da Procuradoria-Geral da República. A estratégia é repetir o procedimento adotado na Lei da Ficha Limpa e na Lei da Compra de Votos, também de iniciativa popular, ambas coordenadas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).


Um dos idealizadores do pacote, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, disse à Folha de S.Paulo que a ideia surgiu depois de sua equipe perceber que a sociedade tinha expectativa de que a operação provocasse uma transformação que não era possível. “A Lava Jato trata de um tumor, mas o sistema é cancerígeno”, afirmou Dallagnol.


Segundo ele, mais de cem procuradores do Ministério Público Federal aderiram à campanha e passaram a fazer palestras para divulgá-la nos estados. O objetivo dos procuradores é que os projetos comecem a tramitar na Comissão de Legislação Participativa da Câmara assim que o número mínimo de assinaturas para projetos de lei de iniciativa popular for alcançado.


Entre outras mudanças, o pacote estabelece mudança no sistema de recursos do processo penal, permitindo o cumprimento das penas antes de recursos ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.


De acordo com uma das propostas, a pena mínima para corrupção será dobrada, de dois para quatro anos de reclusão, o que torna obrigatório o início do cumprimento das sentenças ao menos em regime semiaberto. Se o prejuízo causado for superior a cem salários mínimos (hoje R$ 88.000), o crime se torna hediondo. O enriquecimento ilícito de agente público também será passível de punição, de três a oito anos de prisão, mesmo que não seja comprovado o crime de corrupção.


Veja o resumo das dez medidas contra a corrupção propostas por procuradores federais e suas respectivas justificativas, segundo seus autores:


1) Prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação
Para prevenir a corrupção, o MPF sugere a possibilidade da realização de testes de integridade, isto é, a “simulação de situações, sem o conhecimento do agente público ou empregado, com o objetivo de testar sua conduta moral e predisposição para cometer crimes contra a Administração Pública”.


A realização desses testes é incentivada pela Transparência Internacional e pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é um exemplo de sucesso em alguns lugares do mundo. Outra proposta é o investimento de um percentual entre 10% e 20% dos recursos de publicidade dos entes da Administração Pública em ações e programas de marketing voltados a estabelecer uma cultura de intolerância à corrupção, conscientizar a população dos danos sociais e individuais causados por ela, angariar apoio público para medidas contra corrupção e reportar esse crime.


Propõe-se também o treinamento reiterado de todos os funcionários públicos em posturas e procedimentos contra a corrupção, o estabelecimento de códigos de ética claros, adaptados para cada carreira, e a realização de programas de conscientização e pesquisas em escolas e universidades. Para estimular a denúncia de casos de corrupção, o Ministério Público propõe a garantia de sigilo da fonte, com a ressalva de que ninguém pode ser condenado apenas com base na palavra de informante confidencial.


Prevê-se ainda a possibilidade de ser revelada a identidade do informante se ele fizer denúncias falsas. Por fim, propõe-se a obrigação de o Judiciário e o Ministério Público prestarem contas da duração dos processos em seus escaninhos, formulando propostas quando seu trâmite demorar mais do que marcos propostos de duração razoável de processos (gatilho de eficiência).


2) Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos
A dificuldade de provar a corrupção garante a impunidade e incentiva o comportamento corrupto. A criminalização do enriquecimento ilícito garante que o agente não fique impune mesmo quando não for possível descobrir ou comprovar quais foram os atos específicos de corrupção praticados.


A #medida2 propõe a tipificação do enriquecimento ilícito, com penas de três a oito anos, mas passíveis de substituição no caso de delitos menos graves. O ônus de provar a existência de renda discrepante da fortuna acumulada é da acusação. Se a investigação ou o acusado forem capazes de suscitar dúvida razoável quanto à ilicitude da renda, será caso de absolvição.


3) Aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores
É extremamente difícil descobrir o crime de corrupção e, quando isso ocorre, é mais difícil ainda prová-lo. Mesmo quando há provas, pode não se conseguir uma condenação em virtude de questões processuais como nulidades. Ainda que se descubra, prove e alcance uma condenação, a chance de prescrição é real, o que pode ensejar absoluta impunidade.


Por fim, quando a pena é aplicada, ela é normalmente inferior a quatro anos e é perdoada, por decreto anual de indulto, depois do cumprimento de apenas um quarto dela. A corrupção é hoje, portanto, um crime de alto benefício e baixo risco, o que pode incentivar sua prática. A #medida3 transforma a corrupção em um crime de alto risco no tocante à quantidade da punição, aumentando também a probabilidade de aplicação da pena por diminuir a chance de prescrição. Com as alterações, as penas, que hoje são de 2 a 12 anos, passam a ser de 4 a 12 anos, lembrando que, no Brasil, as penas de réus de colarinho branco ficam próximas ao patamar mínimo. Com isso, a prática do crime passa a implicar, no mínimo, prisão em regime semiaberto.


Esse aumento da pena também amplia o prazo prescricional que, quando a pena supera 4 anos, passa a ser de 12 anos. Além disso, a pena é escalonada segundo o valor envolvido na corrupção, podendo variar entre 12 e 25 anos, quando os valores desviados ultrapassam R$ 8 milhões. Essa pena é ainda inferior àquela do homicídio qualificado, mas é bem maior do que a atual.


A corrupção mata, como decorrência do cerceamento de direitos essenciais, como segurança, saúde, educação e saneamento básico. Por isso, a referência punitiva da corrupção de altos valores passa a ser a pena do homicídio.


Por fim, a corrupção envolvendo valores superiores a cem salários mínimos passa a ser considerada crime hediondo, não cabendo, dentre outros benefícios, o perdão da pena, integral ou parcial (indulto ou comutação).


4) Aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal
É comum que processos envolvendo crimes graves e complexos, praticados por réus de colarinho branco, demorem mais de 15 anos em tribunais após a condenação, pois as defesas empregam estratégias protelatórias. Além de poder acarretar prescrição, essa demora cria um ambiente de impunidade, que estimula a prática de crimes.


Com o objetivo de contribuir com a celeridade na tramitação de recursos sem prejudicar o direito de defesa, a #medida4 propõe 11 alterações pontuais do Código de Processo Penal (CPP) e uma emenda constitucional.


Essas alterações incluem a possibilidade de execução imediata da condenação quando o tribunal reconhece abuso do direito de recorrer; a revogação dos embargos infringentes e de nulidade; a extinção da figura do revisor; a vedação dos embargos de declaração de embargos de declaração; a simultaneidade do julgamento dos recursos especiais e extraordinários; novas regras para habeas corpus; e a possibilidade de execução provisória da pena após julgamento de mérito do caso por tribunal de apelação, conforme acontece em inúmeros países.


5) Celeridade nas ações de improbidade administrativa
A #medida5 propõe três alterações na Lei nº 8.429/92, de 2 de junho de 1992. A fase inicial das ações de improbidade administrativa pode ser agilizada com a adoção de uma defesa inicial única (hoje ela é duplicada), após a qual o juiz poderá exinguir a ação caso seja infundada.

Além disso, sugere-se a criação de varas, câmaras e turmas especializadas para julgar ações de improbidade administrativa e ações decorrentes da lei anticorrupção. Por fim, propõe-se que o MPF firme acordos de leniência, como já ocorre no âmbito penal (acordos de colaboração), para fins de investigação.


6) Reforma no sistema de prescrição penal
A #medida6 promove alterações em artigos do Código Penal que regem o sistema prescricional, com o objetivo de corrigir distorções do sistema. As mudanças envolvem a ampliação dos prazos da prescrição da pretensão executória e a extinção da prescrição retroativa (instituto que só existe no Brasil e que estimula táticas protelatórias).


O MPF propõe ainda que a contagem do prazo da prescrição da pretensão executória comece a contar do trânsito em julgado para todas as partes, e não apenas para a acusação, como é hoje. Além disso, são sugeridas alterações para evitar que o prazo para prescrição continue correndo enquanto há pendências de julgamento de recursos especiais e extraordinários. As prescrições também podem ser interrompidas por decisões posteriores à sentença e por recursos da acusação, solicitando prioridade ao caso.


7) Ajustes nas nulidades penais
A #medida7 propõe uma série de alterações no capítulo de nulidades do Código de Processo Penal. Os objetivos são ampliar a preclusão de alegações de nulidade; condicionar a superação de preclusões à interrupção da prescrição a partir do momento em que a parte deveria ter alegado o defeito e se omitiu; estabelecer, como dever do juiz e das partes, o aproveitamento máximo dos atos processuais e exigir a demonstração, pelas partes, do prejuízo gerado por um defeito processual à luz de circunstâncias concretas.


Além disso, sugere-se a inserção de novos parágrafos para acrescentar causas de exclusão de ilicitude previstas no Direito norte-americano, país de forte tradição democrática de onde foi importada nossa doutrina da exclusão da prova ilícita (exclusionary rule). Essas mudanças objetivam reservar os casos de anulação e exclusão da prova para quando houver uma violação real de direitos do réu e a exclusão cumprir seu fim, que é incentivar um comportamento correto da Administração Pública.


8) Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2
A #medida8 propõe a responsabilização objetiva dos partidos políticos em relação a práticas corruptas, a criminalização da contabilidade paralela (caixa 2) e a criminalização eleitoral da lavagem de dinheiro oriundo de infração penal, de fontes de recursos vedadas pela legislação eleitoral ou que não tenham sido contabilizados na forma exigida pela legislação.



9) Prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado
A #medida9 propõe a criação da hipótese de prisão extraordinária para ‘permitir a identificação e a localização ou assegurar a devolução do produto e proveito do crime ou seu equivalente, ou para evitar que sejam utilizados para financiar a fuga ou a defesa do investigado ou acusado, quando as medidas cautelares reais forem ineficazes ou insuficientes ou enquanto estiverem sendo implementadas.’ Além disso, a #medida9 propõe mudanças para que o dinheiro sujo seja rastreado mais rapidamente, facilitando tanto as investigações como o bloqueio de bens obtidos ilicitamente.


10) Recuperação do lucro derivado do crime
A #medida10 traz duas inovações legislativas que fecham brechas na lei para evitar que o criminoso alcance vantagens indevidas. A primeira delas é a criação do confisco alargado, que permite que se dê perdimento à diferença entre o patrimônio de origem comprovadamente lícita e o patrimônio total da pessoa condenada definitivamente pela prática de crimes graves, como aqueles contra a Administração Pública e tráfico de drogas.


A segunda inovação é a ação civil de extinção de domínio, que possibilita dar perdimento a bens de origem ilícita independentemente da responsabilização do autor dos fatos ilícitos, que pode não ser punido por não ser descoberto, por falecer ou em decorrência de prescrição.”


Mais sobre corrupção

Delator diz que repassou R$ 300 mil para Aécio, afirma jornal


“E o Aécio Neves não é da oposição?”, teria perguntado Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: “Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, … todo mundo”.

Aécio nega recebimento de R$ 300 mil


Entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef afirmou, em sua delação premiada, já aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que repassou R$ 300 mil a um diretor da UTC Engenharia, no Rio de Janeiro, tendo sido informado, na ocasião, que a quantia era destinada ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Carlos Alexandre de Souza Rocha, o entregador de dinheiro, afirma ter conhecido Youssef em 2000. A partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

Rocha, mais conhecido como Ceará, declarou que em 2013 fez “umas quatro entregas de dinheiro” a um diretor da UTC de nome Miranda, no Rio.

O diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou, também durante depoimento, que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D’Agosto Miranda e “guardava e entregava valores em dinheiro, a pedido”, fosse dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Pessoa, que também fechou acordo de delação premiada, não mencionou repasses a Aécio, a exemplo de Santana. Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda “estava bastante ansioso” pelos R$ 300 mil. Estranhando a ansiedade do diretor comercial, Ceará quis saber o motivo.


“Cobranças”
Miranda teria reclamado que “não aguentava mais a pessoa” lhe “cobrando tanto”. Rocha disse que perguntou quem seria, e o diretor teria respondido “Aécio Neves”, ainda de acordo com o depoimento do delator.

“E o Aécio Neves não é da oposição?”, teria perguntado Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: “Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo”.

Em 2014, o comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC. As doações foram declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.

Consta também do depoimento que Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio “mora em Minas”. A resposta de Miranda: o político “tem um apartamento” e “vive muito no Rio de Janeiro”.

O delator ressalvou que não viu a entrega do dinheiro ao senador e se disse “surpreso” com a informação. Os depoimentos de Rocha e de Santana aconteceram em 1º de julho e 4 de agosto, respectivamente.

Santana afirmou que Miranda não tinha “nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois” da construtora UTC, mas avaliou que “pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega”.

“Falsa”
Por intermédio de sua assessoria, Aécio Neves classificou de “absurda e irresponsável” a citação a seu nome, “sem nenhum tipo de comprovação”.

“Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações”. A assessoria realça o fato de Ricardo Pessoa, dono da UTC, não ter incluído o senador mineiro na lista de quem recebeu recursos da empresa, no escândalo da Petrobras.

“A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB”, diz ainda a nota.

Já UTC disse que “a acusação não tem fundamento”.

Leia a íntegra da matéria da Folha

Ministro petista pede que PT faça “exame de consciência”



Para Patrus Ananias, partido corre risco de sofrer grande derrota eleitoral em 2016 por causa de desgaste com escândalos políticos. Segundo ele, PT perdeu oportunidade de fazer mea-culpa ao não abrir mão do financiamento privado




Marcelo Camargo/fotografo
Patrus: “É o momento de o partido fazer uma reavaliação, um exame de consciência, uma autocrítica construtiva"


O PT enfrenta o risco de sofrer uma grande derrota nas eleições municipais de 2016 por causa do envolvimento de integrantes do partido com casos de corrupção e precisa fazer urgentemente um “exame de consciência”. O alerta é feito por um petista, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Em entrevista ao jornal O Globo, Patrus diz temer que integrantes históricos do partido sejam derrotados e que sejam eleitos exatamente os petistas que se valem de farta arrecadação financeira, “manipulações religiosas ou outras formas de manipulação”.
 “É o momento de o partido fazer uma reavaliação, um exame de consciência, uma autocrítica construtiva. O meu temor é que se elejam dentro do partido exatamente os que têm esses outros canais. Isso é um risco também. Que os mais representativos do melhor da tradição petista, daquilo que sempre defendemos, sejam prejudicados em função de outros que tenham esses canais, como controle de aparelhos no interior, compra de voto e apoios”, disse o ministro à repórter Renata Mariz.


Para ele, o PT perdeu a oportunidade de fazer uma autocrítica ao não abrir mão do financiamento privado de campanha. “O PT perdeu um bom momento de fazer um mea-culpa público e assumir o compromisso de não mais receber recursos de empresas. É uma questão muito delicada, principalmente empresa que presta serviço para o Estado. 


Como fica? Dá o dinheiro na campanha e depois quem vai fiscalizar a obra? No congresso (do partido), era um bom momento para o PT dizer “não receberemos mais”. Não fez isso. E depois veio uma lei proibindo. Quando propus isso no encontro, as pessoas diziam: ‘mas o PT pode acabar’”, afirmou.

Patrus acredita que as próximas eleições serão difíceis também para os demais partidos por causa do descrédito da política em geral. “Há um desafio que o Brasil tem de enfrentar, hoje, que é o rebaixamento da atividade política no sentido intelectual e na questão da ética. Não há como negar isso. E esse rebaixamento é perigoso na medida em que as pessoas começam a se sentir desvinculadas das instituições, no caso mais especialmente do Poder Legislativo, desde as câmaras municipais até o Congresso”, declarou.

Leia a íntegra da entrevista do ministro ao Globo

Governo continua sem cumprir a Lei de Acesso à Informação


dilma_sigilo_copaRubens Valente
Folha

Levantamento da Folha indica que pelo menos 11 ministérios e órgãos do governo federal inflaram os balanços divulgados anualmente sobre a Lei de Acesso à Informação. Documentos que deveriam ter sido tornados públicos, na prática, continuam sob sigilo. Pela lei, a autoridade máxima de cada órgão deve publicar todo ano na internet, até o dia 1º de junho, a lista das informações outrora sigilosas que o órgão decidiu tornar públicas nos 12 meses anteriores, uma iniciativa chamada de “desclassificação”.

Teriam sido desclassificados pelo governo 196 mil documentos de junho de 2013 a agosto de 2015. O Comando do Exército foi o campeão, com 69,5 mil documentos desclassificados, ou 35% do total liberado no período, seguido pelo Comando da Marinha, com 52 mil papéis.


As planilhas não descrevem o conteúdo dos documentos e os identificam apenas por números. Os balanços anuais constam das páginas de cada órgão na internet e são consolidados pela CGU (Controladoria-Geral da União) para serem apresentados como uma das conquistas da Lei de Acesso à Informação, promulgada por Dilma Rousseff em 2012.


RECUSA SISTEMÁTICA
Uma olhada mais detalhada sobre os documentos desclassificados, entretanto, expõe uma outra realidade. De 12 órgãos consultados, 11 se recusaram a fornecer os papéis solicitados, no todo ou em parte. As alegações para isso foram inúmeras.

As mais frequentes foram que, embora oficialmente desclassificado, o documento deve continuar sigiloso por outros motivos, como suposta falha no pedido de acesso e incidência de outros tipos de segredo, como industrial e comercial.

Ao Comando do Exército, a Folha fez dois pedidos para ter acesso a 13 documentos desclassificados entre 2014 e 2015. Em uma das respostas, o órgão reconheceu que dois papéis requisitados eram “desclassificados, porém devem ser mantidos sob restrição de acesso”, alegando que continham dados pessoais e criptográficos.

Sobre o segundo pedido, o Exército alegou que era “genérico”, embora a reportagem houvesse indicado o número de cada um dos documentos.


NO PLANALTO
Em outro caso, quando acionado pela Folha para fornecer 12 documentos em tese liberados, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do Palácio do Planalto também rechaçou o pedido, alegando que o pedido “não caracterizou, de forma clara, a natureza do assunto solicitado”.

O GSI disse ainda que os documentos desclassificados em 2014 eram apenas “encaminhamentos de anexos que, por força da legislação em vigor, continuam sob grau de sigilo”.

Ou seja, o GSI liberou a consulta apenas aos “ofícios de encaminhamento” –uma ação simples da burocracia estatal, que representa apenas a transmissão do papel de um setor para outro–, mas não o teor do documento em si, que permaneceu em segredo.

OUTROS CASOS
Consultado sobre dois documentos em tese desclassificados, o BNB (Banco Nacional do Nordeste) recusou-se a fornecê-los. Em três casos –a Infraero, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a própria CGU–, os órgãos alegaram falhas na divulgação dos balanços que teriam incluído indevidamente documentos ainda não liberados.

Outra inflação de dados ocorreu no balanço da Valec, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes. No seu resumo de 2014, o órgão afirmou ter desclassificado 189 documentos.

Quando a Folha quis ter acesso aos papéis, porém, a Valec explicou que já divulga pela internet “todos os documentos não cadastrados como sigilosos e de interesse público” e que “não possui documentos cadastrados como sigilosos”. Portanto, diz a resposta, “registramos como desclassificados” documentos que estavam na internet.

Exemplo positivo entre os órgãos consultados, o Comando da Marinha respondeu e forneceu Cópia de 29 dos 30 documentos solicitados.

(texto enviado pelo comentarista Wilson Baptista Jr.)

O pior da corrupção ainda está para ser revelado



Charge do Pelicano (reprodução da Charge Online)


Celso Serra
O jornalista político Luiz Carlos Azedo escreveu importante artigo no Jornal do Commercio, em que afirma, sobre o PT: “Construída com base em quatro vertentes – sindicalistas, militantes de antigas organizacões de esquerda, integrantes de comunidades eclesiais de base e intelectuais do meio acadêmico —, a estrutura do PT foi progressivamente controlada por políticos profissionais e seus “operadores”, em detrimento dos quadros dedicados às políticas públicas e e aos movimentos sociais”.


Lembra que esse processo desaguou numa sucessão de escândalos, que comprometeram irremediavelmente a imagem do partido, com a prisão e condenação de lideranças emblemáticas da legenda. E completa: “O pior ainda está por vir. Doações de campanha milionárias, em troca do superfaturamento e do desvio de recursos da Petrobras, levarão a legenda ao banco dos réus. Grande parte desse dinheiro foi parar nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na disputa de 2006, e da presidente Dilma, em 2010 e 2014”.


E NÃO APRENDEM…
Essa advertência de Luiz Carlos Azedo mostra que, apesar da merda que fizeram, do assalto incomensurável ao dinheiro público e da cobrança extorsiva de propinas das empresas para engordar os cofres do partido, o ex-presidente Lula e a cúpula do PT insistem no relaxamento da política fiscal e no aumento do crédito, como se os fatos já não houvessem desmoralizado a política de gastança e de estímulo ao consumo seguida nos últimos sete anos.

Além disso, até agora é incerto se a presidente Dilma Rousseff percebeu o tamanho do desastre e os enormes equívocos da tal matriz econômica implantada em seu primeiro mandato. O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é um dos criadores desse monstrengo. Nada confirma, ainda, que haja disposição de mudar de rumo e seguir o bom senso.

O Brasil entra em 2016 sem radar confiável, no meio de um nevoeiro denso e com oficiais de péssimo currículo na cabine de comando.  E os ladrões continuam com a chave do cofre.


BALANÇO ANUAL
Em 2015  – apenas neste ano –  a “gerentona” de Lula, com sua “nova matriz econômica”, conseguiu os maravilhosos resultados:

1) INFLAÇÃO bem pertinho de 11%;
2) RECESSÃO de 3,6%;
3) DEFICIT PÚBLICO de R$ 120 bilhões.

Esses R$ 120 bilhões, ela já avisou que vai buscar no meu, no teu e no bolso dos demais cidadãos que trabalham para sustentar o Brasil, hoje aparelhado pelos membros do PT – o Partido dos Trapaceiros, também conhecidos por petralhas.

A necessidade de algum alento


Carlos Chagas


Na hipótese de a comissão especial ou o plenário da Câmara rejeitarem o pedido de impeachment da presidente Dilma, é provável que Madame inaugure senão um novo governo, ao menos uma outra fase de sua  administração. 

A necessidade, primeiro, será  de reordenar os partidos capazes de integrar essa nova etapa. Mesmo reduzidos, precisam estar dispostos a aderir a um programa de ação comum destinado a enfrentar os obstáculos à retomada do crescimento econômico. Pelo jeito, é nisso que trabalha o ministro Nelson Barbosa.


A primeira iniciativa seria combater o desemprego através do incentivo às obras do PAC. Do desvio das águas do rio São Francisco, hoje quase paralisado, ao incentivo à implantação de rodovias e ferrovias, faltam recursos, mas sobra potencial. As empreiteiras andam ociosas, ainda que agora vacinadas contra a corrupção e ávidas de estímulos oficiais. Não se negariam ao recrutamento de mão de obra, porque os planos já existem. Como dinheiro para financiamento, sempre será possível encontrá-lo nos estabelecimentos oficiais de crédito e nas empresas privadas.

A partir de obras públicas chega-se à ampliação do mercado de trabalho e da circulação da riqueza. Quem sabe até à redução de encargos fiscais. Pelo menos à sua interrupção.


SEM VONTADE POLÍTICA
Falta vontade política ao governo, como confiança aos meios privados, mas se for verdadeira a disposição do ministro da Fazenda, quem sabe? Do que precisamos é de estímulos.


Para começar, é claro, torna-se necessário afastar a sombra da crise política inserida no impeachment. Coisa que depende da iniciativa da presidente Dilma, da união dos partidos da base em torno de um programa de ação parlamentar e de um pouco de otimismo. Essas considerações, escritas no primeiro dia de um ano novo, até  que poderiam trazer  algum alento, depois de um ano velho pleno de horrores. Será?

Erros do Supremo foram propositais, mas não houve complô


Barroso e Lewandowski envergonharam o Supremo


Carlos Newton
Era a última semana de trabalho do Supremo Tribunal Federal em 2015, os ministros já estavam impacientes para se livrar das togas e aproveitar o longo período de recesso, que  começou a 19 de dezembro e vai se prolongar até 1º de fevereiro, num relaxante total de 44 dias.


Nada mal, e os juízes ainda reclamam que têm processos demais para votar, vejam como tudo na vida pode parecer relativo, conforme o genial Albert Einstein nos ensinou.


Aqui na Tribuna da Imprensa, que vem denunciando com absoluta exclusividade os erros judiciários cometidos pelo Supremo no julgamento das liminares na ação impetrada pelo PCdoB sobre o rito do impeachment, alguns comentaristas demonstram revolta e denunciam que houve um complô no plenário, para favorecer os recônditos interesses da presidente Dilma Rousseff.


Argumentam que todos os ministros estavam obrigados a conhecer não somente o Regimento Interno da Câmara, que era um dos pratos principais do julgamento, mas também a pequenina Lei 9882/99, que tem apenas 14 artigos e regula justamente o processo e o julgamento das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs), como é o caso da ação movida pelo PCdoB. Esta importante lei, conforme denúncia do jurista Jorge Béja aqui na TI, foi desmoralizada e revogada pelo presidente Ricardo Lewandowski, que transformou em julgamento do mérito um simples exame de medidas liminares, notem a invulgar criatividade desse jurista que Lula indicou ao Supremo.


É DIFÍCIL, MAS ACONTECE
Os erros materiais cometidos pelo excelso tribunal neste julgamento realmente são injustificáveis, sobretudo quando se leva em conta o número enorme de consultores jurídicos que prestam assessoria aos ministros, entre os quais se incluem juízes e até desembargadores.


É difícil imaginar que esses assessores de alto nível, que conseguiram aprovação em disputados concursos públicos, não tenham tomado a iniciativa de alertar os ministros sobre as armadilhas que poderiam surgir nesse tipo de julgamento. Mas às vésperas das festas de final de ano, realmente esta omissão pode ter acontecido.



Mesmo assim, muitos comentaristas da Tribuna da Internet argumentam que todos os ministros sabiam pelo menos o básico – ou seja, que não cabe ao Supremo interferir em assuntos internos do Legislativo, salvo em casos de flagrante inconstitucionalidade. Realmente, não há nem nunca houve dúvidas sobre isso, porque são regras muito antigas e consensuais, que remontam à obra “O Espírito das Leis”, publicada em 1748 pelo Barão de Montesquieu.

Então, por que a maioria dos ministros errou tão grotescamente no julgamento desta ação do interesse da presidente Dilma Rousseff?


O EFEITO EDUARDO CUNHA
A única explicação, possível e imaginável, é que a maioria dos ministros tenha sido influenciada pelo chamado efeito Eduardo Cunha. Desde o início da discussão do impeachment, o Planalto vem usando a estratégica falaciosa de que se trata de um embate entre o presidente da Câmara e a chefe do governo.


A massificação desse argumento acabou se transformando numa meia verdade, embora não tenha procedência. A presidente Dilma Rousseff está submetida a esse processo em função dos crimes de responsabilidade cometidos, de acordo com parecer unânime do Tribunal de Contas da União, acerca das pedaladas e dos decretos ilegais, e tudo confirmado pelo relatório da Assessoria Jurídica da Câmara, que se manifestou pela aprovação do pedido de impeachment.


É claro que os ministros do Supremo não podem julgar pelas aparências, mas isso pode ter realmente acontecido, em função do voto incisivo e impositivo do ministro Luís Roberto Barroso. Além de fraudar a leitura do Regimento da Câmara sobre voto secreto, ele lançou este surpreendente repto ao plenário do Supremo: “Considero, portanto, que o voto secreto foi instituído por uma deliberação unipessoal e discricionária do presidente da Câmara no meio do jogo.


Esta frase mentirosa de Barroso impactou o julgamento e colocou Eduardo Cunha no banco dos réus, antes da hora dele chegar. Na verdade, Cunha jamais alterou o Regimento, que foi aprovado em 1989, ele nem sonhava ser deputado.


MANIPULADO E DIRECIONADO
Por isso, não é possível acreditar que houve um complô. Sabe-se que o julgamento foi manipulado e direcionado por Barroso e Lewandowski. Quanto a isso, não há a menor dúvida. Mas dizer que outros ministros foram coniventes é um bocado de exagero, a meu ver, e significaria a completa desmoralização do Supremo. Temos de dar o benefício da dúvida aos ministros do Supremo. Vamos ver como eles se comportam no julgamento do mérito, que terá de ser convocado. Somente então poderão ser julgados pela opinião pública.